RESULTADO e RECURSOS

Olá, meus amigos que fizeram a prova discursiva da RFB!

Para muitos, o dia de hoje é um momento de felicidade máxima. Para outros, no entanto, o momento é de correria total. Sei que muitos estão desesperados, por isso é um grande prazer poder ajudá-los e, quem sabe, fazer alguma diferença nesse momento. No entanto, responder individualmente a todos é um esforço quase que impossível. Assim, preferi postar alguns comentários genéricos aqui no blog e na parte aberta do site do Ponto. Dessa maneira, aqueles que não receberem minhas respostas individualmente, saibam que não o fiz porque cheguei em meu limite.

Recebi ontem e continuo recebendo hoje inúmeros e-mails de alunos de diferentes locais do país a respeito da prova discursiva de C.I. Realmente, a questão de Comércio Internacional foi o grande bicho-papão da prova!

O tema, pelo menos aparentemente, foi bem simples. No entanto, foi bastante comum que os candidatos recebessem pontuação inferior a 18 no conteúdo.

Mas se o tema foi simples, qual o motivo de todo esse rigor da ESAF? Em minha opinião, pelo que tenho visto, o que fez a diferença entre notas boas e notas ruins em C.I foram pequenas imprecisões no texto. Não é que o candidato não saiba a matéria. Ele sabe, mas no momento de escrever comete algumas imprecisões que causam descontos em sua pontuação. Além disso, muitos candidatos não se focaram na idéia central da questão: a relação entre comércio internacional e desenvolvimento econômico.

A resposta para a correção supostamente injusta está no sistema de avaliação da ESAF.

O sistema de avaliação da ESAF não é baseado na atribuição de pontuação, mas sim no desconto de pontos por erros cometidos pelos candidatos. Observando a grade de correção dessa banca no que diz respeito ao conteúdo, temos o seguinte:

1)- Capacidade de Argumentação: podem ser descontados no máximo 9 pontos. Possíveis erros cometidos pelos candidatos são AE (argumentação errada), AF (argumentação fraca) e AI (argumentação inexata). Logicamente, há uma gradação entre cada um desses erros, de forma que uma argumentação errada é pior do que uma argumentação fraca, que por sua vez é pior do que uma argumentação inexata. Pelo que percebi vendo inúmeras redações, quando um candidato tem um erro por AI (argumentação inexata), já se desconta automaticamente 3 pontos. Pelo menos, assim foi em Comércio Internacional!

2)- Seqüência Lógica de Pensamento: podem ser descontados no máximo 5 pontos. O erro mais comum encontrado nesse quesito é o de D.I (desenvolvimento incompleto), que também causa dedução de 3 pontos.

3)- Alinhamento ao tema: podem ser descontados no máximo 7 pontos. Os erros que podem ser cometidos pelos candidatos são a FPT (fuga parcial do tema) e a FTT (fuga total do tema). Quando ocorre uma fuga total do tema, a dedução de pontos é maior do que a dedução em caso de fuga parcial do tema. Dentre todas as redações que li, nenhuma foi penalizada com fuga total do tema. Já as que tiveram um erro por FPT (fuga parcial do tema), foram penalizadas em 3 pontos.

4)- Cobertura dos Tópicos apresentados: podem ser descontados no máximo 9 pontos. Os erros possíveis são a OT (omissão de tópico), OTT (omissão total de tópico), OPT (omissão parcial de tópico) e TC (texto confuso).

Voltando às idéias centrais da questão, o candidato deveria abordar a relação entre comércio internacional e desenvolvimento econômico. Muito pouca gente fez isso! Em cada um dos tópicos propostos, ele deveria se ater a essa idéia, devendo responder basicamente a três perguntas:

1)- Como os acordos e regras da OMC influenciam no comércio internacional e conseqüentemente no desenvolvimento econômico?

2)- Como os acordos regionais e os sistemas de preferências comerciais influenciam no comércio internacional e no desenvolvimento econômico?

3)- Por fim, qual a influência dos regimes aduaneiros aplicados em áreas especiais no desenvolvimento econômico?

Muitos alunos disseram, por exemplo, que o SGP permite que os países desenvolvidos outorguem preferências aos países em desenvolvimento sem necessitar estendê-las a terceiros e sem exigência de reciprocidade. Esqueceram-se, todavia, de dizer o mais importante: como isso influencia no desenvolvimento econômico. O ideal seria que o candidato explicasse o que são os sistemas de preferências comerciais, mas que também argumentasse que eles proporcionam um tratamento mais favorecido aos países em desenvolvimento no comércio internacional. E, ainda, que isso é fator que impulsiona seu desenvolvimento.

Da mesma forma, muitos alunos falaram sobre as funções da OMC, mas não disseram como ela contribui para a liberalização do comércio internacional. Muito menos abordaram quais os efeitos do livre comércio – aumento da oferta de produtos, queda dos preços, ganhos de escala, estímulo ao desenvolvimento tecnológico.

Todos esses fatores, meus amigos, motivaram o desconto de pontos por D.I (desenvolvimento incompleto).

De qualquer forma, percebi também em redações de três alunos um erro cometido pela ESAF na correção. Gostaria, dessa forma, de compartilhar com todos.

A ESAF, segundo o edital de AFRFB pode descontar no máximo 9 pontos no quesito capacidade de argumentação. Considerando que um candidato só tenha pontos descontados por A.I (argumentação inexata), A.F (argumentação fraca) ou A.E (argumentação errada) em todo seu texto, ele só poderá ser descontado, no máximo em 9 pontos. Fiquem atentos a esse tipo de detalhe!

Tentem também comparar a correção de C.I com as correções de outras disciplinas. Afinal, quantos pontos são descontados em razão de uma observação de D.I ou A.I em outras matérias? Se houver diferença, qual a razão da discrepância? Penso que isso poderá ser um argumento para possíveis recursos!

De antemão, peço desculpas àqueles a quem eu não conseguir responder!

Um grande abraço,

Ricardo Vale
Leia Mais

Esclarecendo dúvidas

Olá, Professor Ricardo Vale!!

Como tantos que lhe escrevem, sou "concurseira" e, navegando pela internet em busca de informações, achei um texto seu dando informações sobre a carreira de Analista de Comércio Exterior. Confesso que fiquei encantada, até porque, quando comecei a estudar para concursos, foi pensando nessa carreira. Entretanto, o último concurso (2008) aconteceu exatamente quando eu havia acabdo de começar a estudar. Infelizmente, também sei que as vagas são restritas, mas é com confiança e determinação que atingimos nossos objetivos, não é mesmo?
Vi que o senhor falou no texto que haveria previsão (o MDIC está brigando por isso) de um novo concurso agora em 2010. É isso mesmo? Digo, sei que o senhor não pode dar certeza, mas já havendo alguém de dentro falando que o MDIC está se mexendo, considero grande coisa. Até porque é esse mesmo o concurso que eu quero.
Sou de Recife (se soubesse que o senhor estaria aqui em Novembro/2009, lá no Espaço Jurídico, teria ido lá), graduada em Engª Produção, apaixonei-me por Comércio Internacional e Direito Internacional Público e sou uma fã de idiomas. Falo alguns, mas não sou expertisse em nehum deles. Enfim, o que quero dizer é que me identifico bastante com a área.
Bom, sem querer me demorar mais, até porque sei que o senhor é demasiado ocupado...estou estudando pro Ministério do Trabalho, mas já vou então me preparando, após esse concurso, pras provas do MDIC. :)
O senhor recomenda alguma bibliografia específica?

Obrigada pela atenção!!

Débora


RESPOSTA:

Oi Débora, tudo bem? Bom, só converso com você se parar de me chamar de senhor! rsrsrsrs. Pô, eu tenho 27 anos!
E que chato ser de Recife, essa cidade maravilhosa! Em breve, estarei aí novamente!
Que legal saber que você se interessa pela área de comércio exterior. Ela é realmente bastante interessante!
Havia sim a previsão de concurso de ACE para 2010. No entanto, por ser ano eleitoral e até agora não ter saído nada de concreto, as coisas ficam mais difíceis.
As disciplinas mais importantes do concurso de ACE são Comércio Internacional e Economia. Em Comércio Internacional recomendo os livros do Rodrigo Luz. Em Economia, recomendo:
- Microeconomia: livro do Varian.
- Macroeconomia: recomendo os livros do Geraldo Góes e as aulas do César Frade.
Um grande abraço,

Ricardo Vale
Leia Mais

Charge

Charge